sexta-feira, 21 de março de 2014

2ª Teste

Durante o 1º teste percebi que era preciso antes de colocar as caixas sobre a vaca, era necessário criar tipo uma manta, para que o pano ficasse entre o pêlo e as caixas.


Dessa vez a vaca chama-se Negona e é muito mansa.




O trabalho ocorreu normalmente, o animal estava super tranquilo, não foi necessário amarras. O trabalho não foi concluído nesse dia por falta de caixas de leite.


1º Teste

O meu interesse não foi apenas fotografias da vaca enrolada, meu objetivo pode-se dizer era realizar uma performance rural, para isso registrei e ainda irei registar passo-a-passo do processo através de fotos e de uma filmagem.
Primeiramente pedi a familiares e amigos que guardassem as caixas de leite vazias e me repassassem.
Depois fui cortá-las e lava-las pois não podia haver cheiro de leite nas caixas, porque o animal ficaria inquieto.




Depois de abrir as caixas, fui costurá-las em tiras de quatro.




Depois de costuradas, foi o momento de testar e vê como o animal reagiria.


Ao colocar as caixas na vaca, fui notando que ela sentia-se incomodada com aquele material sobre seu pelo .Ela se chama Chuit e não é muito mansa, isso atrapalhou o trabalho pois ela teve que ficar amarrada o tempo todo. Minha intenção nunca foi machucar ou incomodar o animal, por isso desistir dessa vaca, por esse motivo e também porque ela é um pouco baixa, na foto não daria o efeito que eu pretendo obter.





quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Ato Fotográfico e outros ensaios(Philippe Dubois)



“Quando você vê tudo o que é possível exprimir através da fotografia, descobre tudo o que não pode ficar por mais tempo no horizonte da representação pictural. Por que o artista continuaria a tratar de sujeitos que podem ser obtidos com tanta precisão pela objetiva de um aparelho de fotografia? Seria absurdo, não é? A fotografia chegou no momento certo para libertar a pintura de qualquer anedota, de qualquer literatura e até do sujeito. Em todo caso, um certo aspecto do sujeito hoje depende do campo da fotografia.” (PICASSO, apud DUBOIS) 

Philippe Dubois descreve de forma interessante a diferença existente entre a fotografia e a pintura, ele fala como ela veio auxiliar e a pintura. Concordo, quando ele diz que a pintura por mais realista que tente ser, sempre irá possuir  algo que não é realista, pois o pintor colocará sua visão, sua individualidade naquela tela, naquele desenho. Dubois diz que a fotografia é o retrato do real, pensando sob esse ponto de vista, resolvi fazer com que o meu trabalho final retratasse o real mas com a implementação de objetos que causassem reflexão e talvez susto a primeira vista. Pensando nisso, comecei a idealizar a imagem da vaca, que é um bicho que tive muito contato durante toda minha vida, enrolada em caixas de leite.
Baseada num trecho do livro em que o autor diz que a fotografia do real deve prestar contas a sociedade, pensei em através desse animal enrolado na embalagem que conserva algo que ele próprio produz(no caso, o leite) passar uma mensagem. Não sei exemplificar exatamente qual mensagem, mas queria mostrar o que seria uma "memória futura" da vaca; fiquei indagando a mim própria qual a visão, a imagem que as futuras gerações,muito mais industrializadas terão desse animal: lembrar-se-ão 
apenas daquele desenho que geralmente vem nas caixas de leite? E o que estamos fazendo com as caixas depois de utilizados os seus conteúdos? Qual o destino que estamos dando ao nosso lixo? Estamos dando o devido valor ao animal que produz o nosso sustento, ou estamos apenas sugando o que ele tem a nos oferecer sem doar nada em troca? São indagações para mim muito importante, por sempre ter morado no campo, ter contato sempre com esses animais, eles possuem para mim um grande valor, quero trazer o rural, o natural com o industrializado. Valorizar um sem descartar totalmente o outro.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


Inicialmente, pretendia fazer algumas fotografias que, de alguma forma, captasse minhas memórias de infância. Como fui criada a minha vida inteira em uma zona rural, resolvi inserir nessas fotos duas figuras que são importantes para mim, a primeira delas é meu pai, ao qual tenho enorme admiração e amor; a segunda o cavalo, que é um animal do qual gosto muito. Para isso, utilizei as duas figuras e uma terceira, que foi meu afilhado Filipe (3 anos), para de certa forma relembrar a época em que eu andava assim com meu pai.



Fotos executadas na Fazenda Rio Vermelho, Zona Rural de São Miguel das Matas.


Porém, fui notando que essas imagens só eram importantes para mim, e o que eu queria mesmo, era utilizar as imagens produzidas para mostrar as pessoas o quanto estamos abandonando o meio ambiente.
Para mim que cresci tão próxima a natureza, é triste vê o quanto aquele lugar se modificou, e talvez, não para melhor.

Foi ai então que resolvi ter como figura única do meu trabalho a vaca. Mas por que esse animal? E foi então que me lembrei do trecho do livro A Câmara Clara, “Essa fatalidade (não há foto sem alguma coisa ou alguém) leva a Fotografia para a imensa desordem dos objetos – de todos os objetos do mundo: por que escolher (fotografar) tal objeto, tal instante, em vez de tal outro?” (Barthes, 1984).
Creio que ela (vaca) represente muita coisa, como por exemplo, alimentação, é dela que vem a carne à qual nos alimentamos (para quem come carne), o leite que bebemos (principalmente para quem mora em zona rural, sempre a uma próxima de casa para a família ter o que beber).
Tirei um dia da semana então, e fui acompanhar meu pai em um dia de trabalho, para registrar a vida no campo e depois então criar minha proposta de trabalho. Registrei os seguintes momentos: (1) Tirar o leite da vaca, (2) Sair a cavalo para olhar os pastos, (3) Dá remédio aos filhotes doentes, (4) Uma vaca (que é meu objeto de interesse).













Fotos executadas na Fazenda Rio Vermelho, Zona Rural de São Miguel das Matas.