Inicialmente,
pretendia fazer algumas fotografias que, de alguma forma, captasse
minhas memórias de infância. Como fui criada a minha vida inteira
em uma zona rural, resolvi inserir nessas fotos duas figuras que são
importantes para mim, a primeira delas é meu pai, ao qual tenho
enorme admiração e amor; a segunda o cavalo, que é um animal do
qual gosto muito. Para isso, utilizei as duas figuras e uma terceira,
que foi meu afilhado Filipe (3 anos), para de certa forma relembrar a
época em que eu andava assim com meu pai.
Fotos executadas na Fazenda Rio Vermelho, Zona Rural de São Miguel das Matas.
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Porém,
fui notando que essas imagens só eram importantes para mim, e o que
eu queria mesmo, era utilizar as imagens produzidas para mostrar as
pessoas o quanto estamos abandonando o meio ambiente.
Para mim
que cresci tão próxima a natureza, é triste vê o quanto aquele
lugar se modificou, e talvez, não para melhor.
Foi
ai então que resolvi ter como figura única do meu trabalho a vaca.
Mas por que esse animal? E foi então que me lembrei do trecho do
livro A Câmara Clara, “Essa fatalidade (não há foto sem alguma
coisa ou alguém)
leva a Fotografia para a imensa desordem dos objetos – de todos os
objetos do mundo: por que escolher (fotografar) tal objeto, tal
instante, em vez de tal outro?” (Barthes, 1984).
Creio
que ela (vaca) represente muita coisa, como por exemplo, alimentação,
é dela que vem a carne à qual nos alimentamos (para quem come
carne), o leite que bebemos (principalmente para quem mora em zona
rural, sempre a uma próxima de casa para a família ter o que
beber).
Tirei um
dia da semana então, e fui acompanhar meu pai em um dia de trabalho,
para registrar a vida no campo e depois então criar minha proposta
de trabalho. Registrei os seguintes momentos: (1) Tirar o leite da
vaca, (2) Sair a cavalo para olhar os pastos, (3) Dá remédio aos
filhotes doentes, (4) Uma vaca (que é meu objeto de interesse).
Fotos executadas na Fazenda Rio Vermelho, Zona Rural de São Miguel das Matas.
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